A ética protestante e modernidade em Max Weber

Alonso Bezerra de Carvalho
Unesp – Assis

O desenvolvimento da cultura moderna teria sofrido, na visão de Weber, uma influência causal significativa do ethos racional da conduta da vida existente nas concepções protestantes, que trouxe os rigores da ascese, presente no mundo católico, para os costumes do mundo – a Reforma Protestante. Para os protestantes, a vocação humana estaria em cumprir as tarefas seculares, impostas ao indivíduo pela sua posição no mundo. A certeza da graça, da salvação, viria por meio de uma dedicação exclusiva do trabalho, em que o homem estivesse condenado a seguir sozinho ao encontro de um destino que lhe fora designado na eternidade. Ninguém poderia ajudá-lo – "nenhuma Igreja, nenhum sacerdote, nenhum sacramento e, finalmente, nenhum Deus" – o que significa a eliminação da magia do mundo, isto é, o mundo foi desencantando. A fé tinha de ser provada por seus resultados objetivos, a "fides efficax", em que uma intensa atividade profissional da graça – a certitudo salutis. Fundamentada num método consistente e consciente, a vida do homem protestante passa a ser completamente racionalizada e dominada pela finalidade de aumentar a gloria de Deus na terra. Essa conduta ética sistematizada, metodicamete racionalizada, teria influenciado o planejamento racional da vida moderna.