A MÍSTICA CRISTÃ NOS ROMANCES DE CAVALARIA (séculos XI e XII).
Regina Maria Zanatta
História e historiografia da Educação
Educação/ Fundamentos da Educação.

O trabalho tem por objetivo compreender como se processou o desenvolvimento da mística cristã, nos séculos XI e XII, como necessidade de restruturação da sociedade feudal e como encaminhamento educativo para as figuras sociais daquele momento. Recorre-se, para ilustrar esse estudo, à figura social do cavaleiro feudal, como expressão viva do processo de incorporação da mística cristã. A Canção de Rolando, século XI, nos fornece elementos para discutir, através do fato histórico do século VIII, o cavaleiro feudal como figura social histórica que emerge daquele momento de vida da sociedade com comportamentos adequados àquelas relações. Da mesma forma nos fornece condições para compreender que o processo de desenvolvimento feudal originou mudanças naquelas relações e no comportamento do cavaleiro. As obras de Chrétien de Troyes, os Romances da Távola Redonda, apresenta-nos o cavaleiro feudal com um comportamento indefinido o que provoca manifestações de toda a sociedade para corrigi-lo. É o momento em que a Igreja transforma-o no símbolo da cristandade, com características fantásticas que extrapolam as humanas, ou seja, em portadores da mística cristã. Isso permite-nos compreender que no momento de profundas mudanças da sociedade, entre novas relações sociais, os homens redefinem os seus comportamentos.